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A Hipertensão renovascular (HARV) é uma causa de HAS secundária que atinge aproximadamente 5% dos pacientes hipertensos. Trata-se de estenose parcial ou total de uma ou das duas artérias renais que reduzem o fluxo na artéria, isquemiando o tecido renal e ativando o sistema renina-angiotensina-aldosterona. As principais causas da estenose são aterosclerose (90%), displasia fibromuscular e arterite de Takayasu.
Todos os pacientes com HAS devem ser investigado para estenose de artéria renal? Não. Devemos investigar apenas aqueles com:
– HAS resistente
– inicio de HAS antes dos 30 anos ou após 50 anos
– presença de sopro abdominal
– edema agudo de pulmão súbito
– piora da função renal com medicamentos que bloqueiam o SRAA
– assimetria renal significativa
Na suspeita de EAR, devemos solicitar USG doppler das artérias renais. Se possível, pode-se solicitar cintilografia (renograma). A angiografia das artérias renais (por RNM ou TC) é reservada para os pacientes com alta probabilidade que apresentaram USG doppler negativo. A arteriografia renal deve ser feita nos pacientes que apresentam estenose confirmada pelo USG doppler ou angiografia.
É importante lembrar que os pacientes com suspeita de HARV e que forem submetidos, por outro motivo, a cineangiocoronariografia, devem realizar arteriografia renal no mesmo momento, a não ser que haja contraindicação.
O tratamento pode ser percutâneo ou cirúrgico, dependo da lesão. Nem todos os pacientes portadores de HARV devem ter a estenose tratada. Os estudos CORAL e ASTRAL não mostram benefícios quando comparado implante de stent e tratamento clinico optimizado. Os pacientes com perda progressiva da função renal, EAP de repetição e dificuldade de controle da PA apresentam evidência de benefício.