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Esse sinal no eletrocardiograma foi descrito em um artigo publicado em 1937, pelos autores L. N. Katz e H. Wachtel, ao analisarem traçado eletrocardiográfico de 43 pacientes com doenças cardíacas congênitas.
Os sinais de sobrecarga de ventrículo esquerdo e direito já foram extensamente abordados em outros textos (Curso básico de ECG – sobrecargas ventriculares E Critérios de Sokolow para SVE). Entretanto, um desafio é que a expressão no eletrocardiograma da sobrecarga de câmeras esquerdas poderia dificultar ou até mesmo anular o efeito da hipertrofia da câmera direita no traçado do ECG, e vice versa.
O sinal de Katz-Wachtel trata-se portanto de um critério para nos auxiliar na interpretação de uma sobrecarga biventricular. É caracterizado pela presença de complexos QRS de alta voltagem nas derivações precordiais V2 a V5, com um padrão bifásicos (positivos e negativos). Usualmente a amplitude dos QRS chegam a >50 mm.
Não é incomum nesses casos, devido à grande amplitude do complexo QRS, haver sobreposição nas derivações, dificultando mensurar corretamente. Uma alternativa seria repetir o eletrocardiograma mudando a calibração para N/2, ou seja, 5mm/mV, permitindo maior discernimento do traçado.
Exemplo de traçado de ECG, com calibração N/2 = 5mm/mV, em que podemos observar na derivação V3 um complexo QRS difásico de 70mm. Tratava-se de um menino de 7 anos com defeito do septo ventricular, apresentando hipertrofia biventricular.
Resumindo
Sinal de Katz-Wachtel ajuda a diferenciar entre hipertrofia ventricular direita, esquerda ou biventricular. Não é exclusivo para hipertrofia ventricular biventricular, podendo ser observado em outras condições que causam aumento da massa ventricular, daí a necessidade do contexto clínico.
Referências
KATZ, L.N.; WACHTEL, H.. The diphasic QRS type of electrocardiogram in congenital heart disease. American Heart Journal, [S.L.], v. 13, n. 2, p. 202-206, fev. 1937. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/s0002-8703(37)91211-0
ELLIOTT, Larry P.; TAYLOR, W.Jape; SCHIEBLER, Gerold L.. Combined ventricular hypertrophy in infancy. The American Journal Of Cardiology, [S.L.], v. 11, n. 2, p. 164-172, fev. 1963. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/0002-9149(63)90057-2.
KHAIRY, Paul; MARELLI, Ariane J.. Clinical Use of Electrocardiography in Adults With Congenital Heart Disease. Circulation, [S.L.], v. 116, n. 23, p. 2734-2746, 4 dez. 2007. Ovid Technologies (Wolters Kluwer Health). http://dx.doi.org/10.
